BOAS MALTA.
Mais uma vez estou aqui para transmitir em palavras aquilo que me vai na mente... Não, não irei fazer um texto filosófico, nem "pouco mais ou menos". O que venho aqui falar hoje é sobre o Ciclismo do Sporting (Sporting/Tavira).
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Imagem "Record" |
Ontem foram oficializadas mais duas caras novas. Estamos a falar dos portugueses, José Mendes e César Martingil. Já há duas semanas, Tiago Machado (este sim, será o chefe de fila) tinha sido anunciado pelo clube de Alvalade. Ora tal mexidas só foram conseguidas (provavelmente) porque neste momento, Marco Chagas, antiga glória do nosso ciclismo é colaborador da equipa liderada por Vidal Fitas.
Falemos separadamente de cada um:
- José Mendes
É um ciclista que já contabiliza 33 anos, mas que como sabemos no ciclismo dos nossos dias ainda está "para as curvas", como se costuma dizer. O português é um ciclista de Montanha que dará muito "jeito" para a próxima "Grandíssima", na ajuda a Tiago Machado. Já saiu de Portugal em 2012, da equipa "LAALUMINIOS-ANTARTE" para a alemã "Team NetApp – Endura", subindo assim de Continental para uma equipa Pro Continental. Já participou em 3 "Vueltas" e 2 "Tours" o que lhe dá uma vasta experiência. A sua grande conquista foi na época 16, em que conseguiu o titulo de campeão nacional. Em 2015 ficou em 5º lugar num Critérium Internacional, conseguiu também na época 2013 logo depois da sua saída de Portugal um 22º lugar numa prova WT, na Volta a Espanha. A única época em que esteve numa equipa WT foi o ano transato, na "BORA - Hansgrohe".
- César Martingil
Quanto a este ciclista apenas têm 23 anos. Ao contrário de José Mendes e de Machado, apenas este ano se estreou na Volta a Portugal. Têm características de Sprinter e Rolador, e durante a sua formação despertou o interesse dos amantes do ciclismo exatamente por isso. Têm 6 títulos nacionais de Pista, em 2011 foi Campeão Nacional na categoria de Cadetes e dois anos depois em Juniores. Este ano, apesar de desistência conseguiu um brilhante segundo e terceiro lugar na volta a Portugal deste ano. A equipa de Tavira precisava de um ciclista com estas características. Na equipa apenas 2 têm estas especificações: Silvestre e Toffali. A verdade é que não sei se Fábio Silvestre vai ou não continuar a envergar a Verde e Branca (em princípio abandonará a carreira), mas este ano foi muito complicado para o mesmo, depois de uma lesão sofrida em Janeiro deste ano, Fábio não pôde mais dar o contributo aos seus colegas, não participando assim na 80ª edição da "Gradissima".
César veio da "Liberty Seguros-Carglass".
- Tiago Machado
Por fim, e não menos importante falemos sobre o Famalicense. Tiago têm 33 anos, tal como José Mendes, e desde cedo se notabilizou pelo seu à vontade em ultrapassar as subidas juntando também a sua capacidade em fazer diferenças nos contra-relógios. No seu último ano em Portugal (2009) foi um dos que animou a nossa volta, representava o "Madeinox-Boavista", e era a arma principal da equipa de José Santos, o ainda diretor-desportivo da equipa. Essa edição da volta foi "ganha" por Nuno Ribeiro (o agora diretor-desportivo da W52-FCP), titulo esse que lhe vinha ser retirado por doping, ganhando dessa forma o espanhol David Blanco, o ciclista com mais Voltas a Portugal ganhas, ele que curiosamente ultrapassou um dos intervenientes desta crónica Marco Chagas). Já estou claramente a divagar (se há assunto que me deixa apaixonado é precisamente o ciclismo), focando-me novamente no Tiago. No ano seguinte, saiu para os Norte-Americanos "RadioShack" onde ainda corria o fantástico Lance Armstrong (sim "fantástico", apesar de lhe terem retirado os 7 títulos do Tour por doping, não deixa de ser fascinante o que conseguiu, e apenas um aparte, pegando nas palavras uma vez ditas por Chagas "A verdade é que ele era O melhor, pois estavam TODOS no mesmo patamar, já que todos se dopavam"). Machado já participou em 3 "Tours", 4 "Vueltas" e ainda 2 "Giro's", portanto experiência não lhe falta. Nos últimos anos têm estado na "Katusha" do nosso bem conhecido José Azevedo (brilhante corredor, conseguindo uns fantásticos lugares em duas edições do Tour). O Famalicense conseguiu vencer um Tour à Eslovénia, um Troféu Joaquim Agostinho, e alguns lugares de honra em provas importantes. Com tudo isto, Tiago Machado terá de mudar o seu estilo para conseguir vingar, pois está habituado a "servir" os outros e não a ser servido. Tal como aconteceu a Sérgio Paulinho (Medalha de prata no Jogos Olímpicos de 2004) corredor da "Efapel", teve de se ambientar a novas funções, não conseguindo até agora grandes triunfos.
Com a entrada destes três elementos, não estou em posição de vos dizer quem vão ser os homens fortes que se vão juntar tanto a Tiago como a José Mendes (Martingil, terá outras funções). Joni Brandão já abandonou a equipa, juntando-se novamente à Efapel. Quanto a mim, se o Sporting mantiver Frederico Figueiredo, Marque, Grygoriev (bom rolador), e talvez Livramente (este ano afastado da grande volta por lesão) poderá se bater com a equipa do Norte, se tudo se comportar pelos limites da lei (César Fonte, corredor da mesma equipa, foi suspenso por uso de substâncias dopantes) o Sporting poderá honrar a memória do nosso grande e saudoso Joaquim Agostinho, o melhor ciclista português de todos os tempos. Em relação ao italiano Nocentini, não sei se irá continuar, também possui muita experiência, mas já não acrescenta muito mais que isso.
Quero aqui deixar um palavra para Marco Chagas, uma "enciclopédia" de ciclismo, que fala deste desporto como muito poucos, pelo menos em Portugal, como ele não existe.
Consegue transmitir apenas com as palavras a paixão que sente por tal modalidade. Como tal, por ser tão "sabido" é uma enorme mais valia para este clube.
Desde que regressou como modalidade oficial do clube (no legado, pois claro, de Bruno de Carvalho), não conseguiu mais que uma vitória individual por Jesus Ezquerra logo no primeiro ano e esta vitória de Marque no Tour da China.
Como disse no meu twitter, estas mexidas foram um elevar de nível que até então não tinha acontecido. E como disse em cima, repetindo-me portanto, isto só foi possível com a intervenção de Marco Chagas.
A direção de Bruno de Carvalho também teve a honra de trazer esta modalidade tão histórica ao clube de Alvalade, primeiramente seria justamente com a "W-52", mas não chegaram a acordo por "suspeitas de doping", juntando-se mais tarde ao CC Tavira (que estava em sérias dificuldades financeiras).
Deixarei alguns vídeos que podem ser interessantes para os leitores que chegaram até ao fim deste "artigo":
Marco Chagas, no programa "Porta 10A"
Programa "Mundo Desportivo" sobre o Enorme Agostinho (1/3)
Para já nada mais há a acrescentar. O Sporting e o clube Tavira têm ambas um histórico imenso nesta modalidade, e com este tipo de elementos com certeza que iram regressar aos tempos áureos do passado.
Iremos ver-nos numa próxima,
A Secretaria do Donovan.
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